segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

De atestado em atestado, a coisa vai se fazendo...



A imprensa de Caldas Novas continua me surpreendendo com seus inúmeros atestados de desleixo e mau jornalismo. Sem nem levar em conta os arroubos ensanguentados da TV Caldas, muito mais preocupada em desconstruir o que está pronto do que realmente reportar e propor alguma coisa positiva, agora sites e jornais impressos embarcam na tonitroante revoada dos morcegos em ano eleitoral.


Desta vez foi o pomposo, solene, retumbante e...estúpido anúncio feito pela imprensa local, de que o governador - o Chefe do Poder Executivo do Estado de Goiás - havia escolhido um deputado estadual - representante ativo do poder Legislativo do Estado de Goiás - para "coordenar" um programa local de assistência social, o tal Bolsa Futuro. Sem nem um sinal de mea culpa ou de arrependimento ou de dor na consciência ou de vergonha na cara mesmo, os veículos que reverberaram a falácia mostraram qualquer consideração pelo leitor, ou pela melhor, pela inteligência do leitor.


No mínimo, valeriam alguns questionamentos do tipo "como é que o Executivo consegue fazer do Legislativo um coordenador de programas sociais, personalizadamente?", ou então "como que o Marconi escolhe o Magal pra coordenar um programa desses em detrimento de todos os profissionais habilitados para gerenciar programas como esse?", ou mais "como que se nomeia um deputado para coordenar um programa social do Executivo?". São perguntas tolas, mas necessárias, fundamentais para a composição de uma matéria que traga em si o mínimo de posicionamento em defesa do leitor.


Sem responder a estas questões, a única justificativa plausível e amplamente divulgada pela imprensa desmesuradamente, é a compra de votos. Uma compra de votos sutil, mas efetivamente uma compra, com poder de controle sobre os cadastrados e sobre todas as etapas do processo. Esta sera a única explicação racionalizada para se entender o motivo de um governador nomear um deputado na ativa para coordenar um programa de benefícios sociais na cidade onde o deputado será, supostamente, candidato a prefeito.


E um agravante: todos esses veículos que noticiaram a aberração, recebem verbas do governo do Estado, o que se torna preocupante, pois aí, nesse caso, teríamos uma compra de votos institucionalizada.


Eu sugiro a essa mesma imprensa que gosta de passar atestado de incompetência para o mundo (a internet derrubou as fronteiras...hehehe), que justifique a atitude marconista com argumentos como "governador escolhe deputado por causa do castanho dos olhos", ou "corte de cabelo de deputado é decisivo na escolha  para coordenar programa social do executivo"... 


Ainda na seara da evaginação entre poderes, é estranho o poder de um governador sobre os deputados - estaduais e federais. Pelo que expôs a notícia, o deputado que se tornou "um dos coordenadores"do programa social, é na verdade mais um funcionário do governador? E a autonomia legislativa para investigar os atos do Executivo, pra onde foi? Se são empregados do boss, não vão querer deixá-lo de mau humor.


 há ainda uma recorrência comum aqui pelo interiorzão de Goiás. Não raro pode-se ver a foto do governador em posição de destaque e superioridade, pasmem, nos Plenários de Câmaras Municipais. Caldas Novas mesmo tinha uma dessas.

O que é preciso que se entenda aqui é a necessidade de adoção de uma postura séria frente a notícia. Todos sabemos que jornais, sites e a grande maioria dos veículos de imprensa, principalmente do interior, dependem de verbas governamentais. Mas fazer dessas verbas verdades absolutas, é desumano, amoral, imoral e de um mau caratismo sem precedentes.











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Bem, sou um cara simples, buscando coisas simples, mas com muita peculiaridade... Como Jornalista levo a sério meu trabalho e, sem falsa modéstia, o faço muito bem feito. Não tomem isso como arrogância ou prepotência. É que respeito minha profissão, muitas vezes mais que o próprio ser humano. Gosto de ser Jornalista, amo a profissão e a ela me dediquei a vida toda e me dedicarei enquanto me fôr possível exercê-la ou ela exercer seu fascínio sobre mim. Para mim, ser Jornalista, é uma honra! Mas não se engane... faço o que tem que ser feito, e não o que a maioria gostaria que eu fizesse!