Sites de relacionamento são capazes de promover uma interação social verdadeira e efetiva?
A resposta à questão poderia ser simplória e monossilábica: não!
Mas, como é próprio da natureza humana, um “não”, necessariamente, deve ser acompanhado de alguma explicação. Então, sigamos a ela.
É irrefutável a importância que os sites de relacionamento têm para o entendimento do novo conceito de interação e até mesmo de internet de relacionamento. É através deles que grande parte – senão a maioria – dos adolescentes do mundo, passam pelo seu primeiro estágio de maturidade, pela criação de um método de se relacionar e de trocar informações e se mobilizar. Mas, tamanha importância não foge à análise da circunspeção em que se encontram os sites de relacionamento: o ambiente virtual.
Possuir um perfil – real o falso – e agregar a ele outros mil contatos, não cria uma forma de interação verdadeira e efetiva. Cria-se apenas uma identidade caçada num avatar, onde a leitura do eu real está longe da realidade. Isto se dá pela dificuldade que qualquer ser humano tem em lidar com sua multifacetada personalidade.
A partir desta constatação, pode-se jogar luz sobre a distância entre o mundo virtual, onde as relações são bem mais supérfluas e superficiais, do mundo real, onde a relação entre seres requer o uso de todas as habilidades inerentes ao ser humano, no jogo estratégico que permite às sociedades construírem relacionamentos sólidos e códigos morais que nortearão sua existência.
O mundo virtual é, sem dúvida, um puta tesão onde tudo é permitido e eu sou muito mais que aquele que me olha no espelho. O problema é que, ao fechar o lap top, o mundo real é aquilo que me rodeia e exige que eu tenha inteligência, habilidade e sensibilidade suficientes para garantir a humanidade das minhas ações, ainda não traduzidas em bites e bytes.