sexta-feira, 24 de maio de 2013

Esse eu trouxe lá do "outro" meu, o Raiz Forte (www.raizforte.blogspot.com)


Comportamento: "Reza a Lenda" bomba no Facebook e resgata memória de município do Triângulo Mineiro


Em alguns posts, como o de Jonas Alves, as imagens
são verdadeiros Túneis do Tempo.

Luciano Beregeno
da Redação


A frase é conhecida quando se quer indicar o fato sem mostrar a autoria. Mas, no caso de Araguari, município do Triângulo Mineiro a 570 da capital Belo Horizonte, o famoso "Reza a Lenda" se transformou em nome de um grupo no Facebook. Nele estão reunidos araguarinos nativos e outros por adoção, no resgate de memórias do cotidiano da cidade nos últimos 50 anos. É uma viagem ao passado mais e menos distante, que aos poucos, revela aspectos divertidos e únicos da comunidade e que se se tornam conhecidos pelas gerações mais novas. O grupo pode ser acessadoaqui, para quem tem uma conta na rede social.

Sem qualquer pretensão além do divertimento, o grupo foi criado pelo historiador Zenir Filho, como opção de "relax" entre os amigos mais próximos. O próprio fundador não esperava o sucesso da empreitada. "Na verdade eu imaginava que ficaria entre o Léo Vieira, eu, o Calvino, o Dione, a Beatriz dos Anjos e Raquel dos Anjos (minhas irmãs) e os amigos da época do Relicário. Não imaginava que tomaria esse vulto", conta Zenir. E realmente o grupo cresceu. Até o fechamento da matéria o grupo já possuía 1057 membros, em seus pouco mais de três dias de fundação.

Aos poucos os relatos vão trazendo a público preciosidades do dia a dia de uma Araguari que muitos apenas ouviram falar. Numa das postagens, o economista Leonardo Vieira lembrou da movimentação dos frequentadores do Pica Pau Country Club, um dos maiores em sua categoria na região. Foi o suficiente para que os comentários revivessem situações e experiências pessoais, relatadas abertamente e que passam a compor a memória da cidade, publicamente acessível. Nos comentários sobre o clube Pica Pau, o professor Christiano Póvoa, araguarino residente em Goiânia, lembrou: "Lembro de andar pelo Pica-Pau aos sábados, escutando A-Ha, Modern Talking, Barão Vermelho e outras boas músicas pelos auto-falantes e de pegar carona tanto na ida quanto na volta. Lembro de combinar com minha mãe que, se eu lavasse o carro no sábado pela manhã, ela me levaria e me buscaria no Pica-Pau. Imagina, eu com 13, 14 anos, lavando e encerando um Opala...e a hora que eu acabava, armava a maior chuva...".

Em outra postagem - mais da história da cidade, sempre introduzida pela chave "Reza a Lenda"- a ortodontista Fernanda Debs Diniz conta um pouco dos hábitos de uma juventude que viveu seu auge no fim dos anos 1970 até o início de 1990. "Reza a lenda que a moçada ia toda para a missa da Matriz (Senhor Bom Jesus da Cana Verde) aos domingos à noite,mas dizem que na hora do sermão a molecada ficava toda do lado de fora paquerando...reza a lenda...", enfatiza Fernanda.



Já Adriana Martins Campos, também ativa militante do Reza a Lenda, o grupo também tem função terapêutica. Em postagem recente ela vaticinou: Reza a lenda que este grupo está ativando a memória afetiva de alguns e com isso contribuindo para que um tal alemão Alzheimer, não te visite!!!rsrs". E se depender dos demais membros, além de afastar o 
Alzheimer, muita alegria ainda está por vir.

E a importância do grupo não se restringe a apenas aos comentários. Por se tratarem de relatos testemunhais em sua maioria e alguns ainda acompanhados de fotografias, hoje guardadas em acervos particulares, o Reza a Lenda passa a compor os mecanismos de perpetuação e transmissão da história. Pelo menos é no que pensa o fundador do grupo. "Acho que sim, torço para que sim. Sou historiador, professor de história, então seria maravilhoso isso", avalia Zuenir Filho.Zenir não descarta a possibilidade de usar os relatos no grupo como material em sala de aula, uma vez considerar que os relatos são "muito vivos e emocionantes".

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma ode à EPTG...





                                                            ...luzes de um tempo
Amanhecer na EPTG. Foto: Ed Alves/CB
Luciano Beregeno

Se João do Santo Cristo tivesse chegado a Taguatinga e ido ao Plano Piloto pela EPTG, à noite, ele teria ficado bestificado não com as luzes de Natal, mas com a imponência fascinante dos faróis sob a guarda das lâmpadas que margeiam a bela menina a qualquer época do ano. É um fascínio único. E tenso. Monumental, como quase tudo em Brasília! 

A EPTG é assim. Imponente, convidativa, desafiadora. Uma menina construída estrada que tem alma de hight way. Ela brinca com você de dia e tenta seduzir à noite. Ela sabe que é veia e artéria para seus milhares de pneus.

Ela sabe que além da borracha é o sangue que circula por ela, levando o movimento a gigantes como Taguá, o Plano, Águas Claras, o SIA e o Guará. Por isso é vaidosa. Quer ser fotografada, espiada a cada tanto pra que ninguém passe desabalado e não repare sua presença.

Manhosa, faz questão de ostentar fachadas iluminadas, janelas opacas – mas iluminadas – mato verde cheio de pontinhos brilhantes e sua gente. Gente que mora bem ali do lado, tão pertinho que dá pra sentir a chão tremendo quando passam os carros. Gente que caminha nela e sobre ela. Gente que atravessa por cima e nem sempre tem tempo pra observar, dar aquela admiradinha e se deslumbrar com uma EPTG que pulsa, vibra. Revela-se movimento que traduz vida.

Pela manhã, a imensa serpente de concreto e asfalto entrega a Brasília seus trabalhadores e seus possantes – carros ou sapatos são todos construtores do que foi sonho e hoje é realidade. A noite avança e o psicodélico frenesi dos faróis grita alto que é hora. Hora de chegar em casa e organizar a rotina. Hora de parar, desacelerar com a certeza de ter feito mais que ontem. Ou nem tanto.

Mas ela continua lá, acesa, pulsante, mostrando pra nossa estória candanga que ainda é cedo ou tarde demais pra parar. É a EPTG quem nos diz: Brasília, suas luzes, suas vias e sua História, têm que continuar.

Quem sou eu

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Brasília, DF, Brazil
Bem, sou um cara simples, buscando coisas simples, mas com muita peculiaridade... Como Jornalista levo a sério meu trabalho e, sem falsa modéstia, o faço muito bem feito. Não tomem isso como arrogância ou prepotência. É que respeito minha profissão, muitas vezes mais que o próprio ser humano. Gosto de ser Jornalista, amo a profissão e a ela me dediquei a vida toda e me dedicarei enquanto me fôr possível exercê-la ou ela exercer seu fascínio sobre mim. Para mim, ser Jornalista, é uma honra! Mas não se engane... faço o que tem que ser feito, e não o que a maioria gostaria que eu fizesse!