quinta-feira, 8 de maio de 2008

Os “tapas” no “pião”

Foi com alguma surpresa que recebi a notícia que uma nota publicada no Jornal Caldas Novas Notícias Notícias (o nome do jornal é pleonástico mesmo) de ontem - leia a tal nota na íntegra aqui ao lado - trouxe meu nome como um dos tresloucados espancadores (e não me refiro nem ao amigo Jota Miguel ou à companheira Elaine Fernandes) ávidos por assumir o comando da Secretaria Municipal de Comunicação e Eventos (ou é Eventos e Comunicação, nem dá pra lembrar) da prefeitura de Caldas Novas. Surpresa que durou até que li a tal nota – de redação sofrível e néscia - pois daí em diante tornou-se puro gozo.

Nunca um veículo de comunicação deixou tão claro ao leitor em geral, tamanha incapacidade de cumprir os princípios básicos dos preceitos jornalísticos, aplicáveis a todas as editorias, principalmente àquelas que por não serem assinadas, refletem a opinião expressa da empresa acerca do assunto. Ficou patente que o redator da nota pouco ou nada conhece do Princípio do Contraditório ou da simples checagem de uma informação. E mais. Desconhece o ilustre redator da jocosa nota, a existência de publicações que dirimem quaisquer dúvidas sobre a grafia das palavras. São conhecidos por Dicionários.

Bastaria um simples contato comigo (telefone fixo, celular, e-mail, carta, sinal de fumaça, apito, tambor...) para que a desinformação fosse corrigida a tempo e não expusesse mais as fraquezas do jornal. A menos, é claro, que nota tenha sido publicada sob encomenda, o que não redime o veículo pelas transgressões éticas cometidas e pelo desrespeito sem igual, ao publicar uma informação desonesta. Mas cada qual com sua linha editorial ou a falta dela, que siga seu rumo, seja ao Norte ou ao Sul.

Em primeiro lugar, deixo claro aqui que minha intenção não é, sobremaneira, ofender quem quer que seja, de mamando a caducando, de mandantes a mandados ou de pastéis a xaropes. Longe disso. Que sirva de alerta uma vez que nós, jornalistas, nos submetemos a um Código de ética Profissional e não somos supra-legais, pois respondemos perante a lei por nossos desacertos e desatinos. E mais, fazer o certo, não é motivo de honrarias para nós, é sim, dever, obrigação, responsabilidade moral, profissional e social acima de tudo!

Qualquer pessoa que tenha o mínimo contato comigo, sabe que sou defensor radical da extinção da SECOM de Caldas Novas. Desde sua criação em 2005, pela então prefeita Magda Mofatto, eu já manifestara minha posição e, às vésperas da votação do Projeto de Lei que criou a malfadada secretaria, encaminhei à Câmara de Vereadores uma exposição de motivos pelos quais a SECOM não deveria ser criada. Por motivos alheios ao meu conhecimento, o documento nem sequer chegou a ser lido na Sessão da Câmara, à época presidida pelo vereador Wiris Arantes, político a quem atribuí, por diversas vezes, a qualidade de excelente articulador e pacificador, para descontentamento de muitos companheiros de profissão.

A principal razão pela qual defendo o desaparecimento da secretaria é técnica. Uma SECOM, nos padrões de operacionalidade exigidos pela Comunicação Social, atende a organizações com estruturas bem definidas e sinérgicas entre si. No caso de prefeituras, a orientação é para que uma SECOM seja criada pela administração de cidades com mais de 500 mil habitantes, pois uma de suas principais atribuições além da divulgação dos feitos do Executivo local, é a atuação junto à sociedade para criar condições de inclusão social através da informação. A estrutura de uma SECOM é cara, onerosa para os cofres públicos e deve ter à sua disposição um contingente de profissionais das áreas de Comunicação, Marketing, Publicidade e Relações Públicas (esta última hoje, cada vez mais desempenhada com destreza pelos profissionais de Secretariado Executivo).

Pela população que tem, hoje na raia dos 70 mil habitantes, Caldas Novas precisa somente de um Departamento de Comunicação ou de uma Assessoria de Comunicação, ambas é claro, bem equipadas com recursos humanos e tecnológicos, e, quando aqui falo em recursos tecnológicos, refiro-me também à tecnologia do pensamento, do conhecimento e da capacidade operacional. É uma questão de economia, de bom uso do dinheiro do povo, oriundo do bolso do contribuinte que é o verdadeiro patrão de qualquer servidor público ou agente político, seja ele prefeito, vereador, secretário, diretor ou outro, seja nomeado ou concursado.

Com o salário de um secretário, caso seja extinta ou transformada a SECOM, a prefeitura poderá contratar mais três ou até quatro profissionais da área, remunerando-os adequadamente, já que devem servir a coisa pública por obrigação, durante as 24 horas do dia, em regime full time.

Que fique claro isso e patente: continuo sendo contrário à existência da SECOM e recomendo, prudentemente ao prefeito Ney Viturino, que não cometa o erro de seus antecessores. Crie uma ASCOM e exija produção, exija responsabilidade, exija respeito ao Cidadão caldas-novense que precisa da informação para exercer o direito de decidir. Submeta diretamente a Assessoria de Comunicação ao seu gabinete e lhe dê condições de trabalho, bem como ouça as opiniões de seus assessores de imprensa mais capacitados sobre a forma de como proceder em determinadas situações.

Não me furto e jamais me furtei em auxiliar quem quer que seja o prefeito, se convidado a discutir a situação da SECOM em Caldas Novas. E que seja feita justiça aqui, quando cito os antecessores de Ney Viturino, reservo especial notação a Magda Mofatto que, após a saída de seu secretário de Comunicação, à época Gley de Menezes, enxugou a estrutura e a manteve como departamento. Pecou Magda por exagerar no enxugamento e não saber receber conselhos de seus assessores, que estavam diretamente em contato com o eleitorado da cidade. Mas isso são águas passadas.

E a título de esclarecimento, por Rádio Peão (e não “pião”), entende-se o que é especulado e comentado pelas ruas da cidade. Nada a ver com os corredores palacianos, onde o baixo-clero tece, engendra, fofoca e se torna altamente contraproducente.

E para terminar esta pequena distração (tenho que caçar Lobisomens no RPG on line), dou um toque nos colegas de imprensa para que, antes de citar um nome em notas ou matérias, lembrem-se que são de pessoas, vidas humanas e seres sociais a quem se referem. Não cometam mais erros tão estúpidos como os que foram cometidos na nota. E pelo amor de Deus, usem mais os Dicionários e Manuais de Redação e Estilo disponíveis. É o mínimo que podemos fazer para não nos tornar fósseis na profissão!

Ah! E ficar trocando tapas por cargos públicos, não faz muito meu estilo não!

Por ora (sem h mesmo) é só!

Até breve...

Berê

4 comentários:

LARA DUARTE DE CASTRO disse...

Li em sua matéria que joga Monstergame, o link da minha conta é:
http://world7.monstersgame.com.pt/index.php?ac=showuser&showuserid=55000707

Abraços,

Tito Castro

Luciano Beregeno disse...

Hehehhe...legal seu Vampiro Tito, o Hagar! Nível 72!!! Putz! Eu jogo nos servers 8 e 9, Kosh Demonia e Lord Pendraggon. Depois me adiciona no seu msn: beregeno@hotmail.com

Abração e a Lara é linda d+! Parabéns!

Administrador disse...

Já estamos em 2011 e o citado jornal não mudou. até tentei, mas não muda, não tem jeito...

Léo Lib.

Luciano Beregeno disse...

Pior Léo...rsrsrsr....e olha que muita, mas muita coisa mudou! Hehehhe...
;-)

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Brasília, DF, Brazil
Bem, sou um cara simples, buscando coisas simples, mas com muita peculiaridade... Como Jornalista levo a sério meu trabalho e, sem falsa modéstia, o faço muito bem feito. Não tomem isso como arrogância ou prepotência. É que respeito minha profissão, muitas vezes mais que o próprio ser humano. Gosto de ser Jornalista, amo a profissão e a ela me dediquei a vida toda e me dedicarei enquanto me fôr possível exercê-la ou ela exercer seu fascínio sobre mim. Para mim, ser Jornalista, é uma honra! Mas não se engane... faço o que tem que ser feito, e não o que a maioria gostaria que eu fizesse!